História 04
O Encontro do Barão do Pirapora com um saci
Na mesma época, que o Barão do Pirapora deu um curso em São Manoel, ele visitou em Botucatu, o Barão conheceu uma Associação de criadores de saci, uma Ong, especializada pela manutenção da mitologia do saci, um trabalho bonito de resgate folclórico, que chamou a atenção do Barão, que chegou até a escrever um memorando a associação, explicando de modo científico o que era um saci.

 “Sacis são uma visão do colonizador português, que  interpretava após ver algumas espécies de macacos brasileiros, como o cuxiu, que possui um tufo na cabeça, facilmente identificado pelos colonizadores como os gorros dos grumetes. O cuxiu gosta de ficar pendurado pelo rabo, de modo que esconde suas patas traseiras, dando a impressão ter apenas uma perna só, o macaco é todo preto, e gosta de comer brotos das árvores, principalmente dos bambuzais, dando a impressão de estar fumando.

Com a expansão territorial e a conseqüente miscigenação, o saci passa a ter características especiais, como gênios das literaturas árabes, que eram conhecidos por alguns marujos”.

Mas o Barão teria uma idéia diferente, após encontrar um saci, pois, justamente no dia de São Bartolomeu, após uma chuva, o Barão estava indo para Botucatu e resolveu tomar um atalho por Boituva, e fugir do pedágio da Rodovia Castelo Branco. Em Boituva, ele pegou um atalho de terra, só que a lama foi tão grande que acabou atolando o carro. Ele saiu indignado, e avistou um cavalo morto. O Barão lembrou que carro atolado e cavalo morto é mal agouro, é coisa de saci, assim como, quando o leite azeda, o bolo murcha, a massa desanda, quando some alguma coisa que estava perto e depois reaparece, é obra de saci.

Pois o saci estava perto de um cupinzeiro, e chamou o Barão. O Barão procurou a explicação científica, afinal o saci que lá estava, não era como se descrevia, poderia ser um morador que armou aquela armadilha. Mas de fato, não tinha mesmo uma perna, usava uma camiseta, um shorts sujo, e nada de gorro. O Saci falou para o Barão que não adianta tanto ceticismo, e que resolveu não aprontar com ele, pois ele já tinha alguém para se preocupar. O saci alertou o Barão pelo perigo que rondava, era o tangorolango, que estava em sua espreita. Mas o Barão nunca mais havia visto o tangorolango, e disse ao saci:

– Mas eu já vi de tudo nessa vida, mas nada desse tal de tangorolango !

O saci alertou o Barão pelo brilho de sua vida, e que ele precisava derrotar o tangorolango:

– O Tangorolango é muito esperto, mas tem uma sensibilidade de pele, não costuma aparecer de dia por causa do sol, e tem noites que o sereno pode adoecê-lo. Mas tome cuidado com noites quentes, em que a umidade é muito baixa.

O saci não prolongou, e antes mesmo que o Barão percebesse, ele havia sumido. Quando ele viu o carro estava desatolado, e o Barão continuou sua viagem para Botucatu, onde visitou os shows do festival Angelino de Oliveira.

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Barão do Pirapora - Rodrigo Araújo
Historiador-Cartunista

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