BIBLIOTECA SOROCABANA

Volume 2 - Educação

 

 

 

Autores em ordem alfabética e os respectivos temas:

 

Adilene Ferreira C. Cavalheiro

adilenecavalheiro@hotmail.com

 

Leitura crítica da legislação na Formação Continuada dos Professores

A reflexão sobre formação continuada dos professores nos leva a estabelecer o perfil ideal desse profissional da educação pautado princi-palmente em seus conhecimentos, habilidades e competências didático-pedagógicas. No entanto, muitas vezes esquecemos das questões políticas que estão intrinsecamente ligadas a ação e compromisso do educador. As ações que permeiam o cotidiano escolar e de pronto trazem em si o caráter político da prática educativa nos leva a pensar que traba-lhar tais questões na formação continuada é reconhecer que o exercício da cidadania se faz no dia-a-dia, na luta pela valorização da categoria, na participação efetiva da organização escolar, tanto in loco quanto em fóruns de debates, seminários, cursos de formação, entre outros, cuja análise e discussão no processo de elaboração das leis educacionais estejam em pauta, bem como em seu estudo crítico afim de aperfeiçoá-las.

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Airton Tadeu Barros Munhos

a.munhos@uol.com.br

 

Inclusão escolar da pessoa com deficiência mental

O presente artigo é parte de um projeto de tese de doutorado que venho cursando atualmente na PUC-SP, sob orientação da professora doutora Mitsuko A. Makino Antunes, e que pesquisará como se deu a trajetória escolar de egressos de programas de educação inclusiva em Sorocaba, buscando, a partir de suas histórias de vida e com foco especial na escolaridade, elucidar quais as conseqüências pessoais, sociais e edu-cacionais que a experiência de inclusão lhes proporcionou. Propõe-se a discutir alguns temas referentes ao processo de inclusão escolar tomando por base apontamentos já realizados pelo Dr. José Geraldo S. Bueno e, por fim, mudanças referentes ao conceito de deficiência mental que considero de suma importância neste momento de discussão sobre o tema da inclu-são escolar.

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Andréia Aparecida de Oliveira

A educação como elemento básico de inclusão e mobilidade social do negro na sociedade

As conquistas que vemos hoje como a oficialização de leis, que fortalecem as ações afirmativas para a inclusão do negro no contexto histórico do Brasil, vêm resgatar a contribuição desse povo nas áreas soci-al, econômica e política da sociedade brasileira; é a resposta a antigas reivindicações do Movimento Negro organizado, que não ficou assistindo passivamente à sutil exclusão burocratizada e institucionalizada da popu-lação não-branca: agiu, gritou, continuou a reivindicar seus direitos; ainda que, muitas vezes, ignorado ou condenado como subversivo. Numa sociedade onde a elite dominante difunde a falsa idéia de que o Brasil é um país onde reina a democracia racial, na verdade, o que se quer é a passividade e o conformismo do povo não-branco que vive à margem da sociedade. Elite essa que tem como objetivo tornar o negro invisível no Brasil, embranquecê-lo, definir um perfil representativo do ho-mem brasileiro idealizado no europeu.

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Arnaldo Pinto Junior

apjbrasil@hotmail.com

 

Para além dos muros escolares: professores civilizam a urbe

Nas primeiras décadas do século XX, a cidade de Sorocaba apresentava como inúmeros centros urbanos do mundo, aspectos de um processo de transformação acelerado. O crescimento populacional, a abertura de loteamentos para a expansão do número de moradias, a oferta de empregos relacionada ao comércio, à indústria e ao transporte, criavam novas condições do viver urbano. Para uma cidade do interior paulista, na qual a população estava habituada a viver de forma pacata, o processo de urbanização em curso proporcionava avanços econômicos, tecnológicos e culturais. A instalação de uma pequena rede telefônica, a produção e distribuição de energia elétrica, a publicação de jornais, a construção de um edifício moderno para o Grupo Escolar, a conseqüente ampliação de vagas na educação primá-ria, entre outros símbolos do progresso referentes ao período, atestavam o desenvolvimento local.

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Beatriz Elaine Picini Magagna

beatriz.magagna@uniso.br

 

Educação de jovens e adultos: uma tensão entre a possibilidade e a realidade

Os noticiários da imprensa escrita e televisiva exibem, diariamen-te, as mazelas causadas à maioria da população, em virtude da má distri-buição de renda em nosso país. Essa situação socioeconômica que exclui uma parcela significativa de brasileiros do acesso ao básico, pela falta de investimentos em áreas vitais como educação e saúde, é uma realidade que se estabelece enquanto essência do sistema capitalista, no qual se privilegia a produção em detrimento do ser humano. No momento atual, que se configura num contexto de precariza-ção do emprego e ampliação da concorrência entre os trabalhadores, tornam-se necessárias ações que visem auxiliá-los na luta contra a explo-ração da pobreza e da situação de miserabilidade em que muitos se en-contram.

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Carlos Carvalho Cavalheiro

carlosccavalheiro@yahoo.com.br

 

A Escola Moderna: uma proposta de pedagogia anarquista

O anarquista é uma pessoa que se opõe à forma de organização atual da sociedade. O anarquismo, nas palavras de um dos seus maiores defensores, Edgar Rodrigues, “combate os poderosos e defende os oprimi-dos. Seus inimigos são muitos: os que têm medo de perder privilégios conquistados, os defensores das hierarquias profissionais, intelectuais, sociais, econômicas, os apologistas das ditaduras esquerdizantes e/ou vermelhas e os que por indolência mental não se deram ao trabalho de estudá-lo [o anarquismo] e aqueles cuja capacidade intelectual não lhes permite entendê-lo”. Ao contrário dos postulados anarquistas, o homem é estimulado a criar e defender hierarquias, a buscar cada vez mais privilé-gios e destaques sociais, a desejar o poder. E ao conceber tais idéias como inerentes ao próprio ser humano, estende para a educação o papel de preparar o homem para o viver em sociedade. Sociedade cada vez mais competitiva, individualista, consumista, egoísta, materialista, repleta de violências (até dentro do âmbito escolar).

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Dinara Occhiena Menezes

dinara.menezes@uniso.br

 

Formação Docente: considerações sobre a ação do educador reflexivo

O final do século XX foi marcado por denúncias sobre as fragili-dades e fragmentações dos Cursos de responsáveis na formação dos profissionais que atuam na educação básica. Estudiosos como Antonio Nóvoa (1995), Schon (1996), Alarcão (1997), Libâneo (1994), Rios (1998), dentre outros, defendem a necessidade de repensar a formação e a capacitação dos profissionais da educação considerando que este deve ser formado com competência e capaz de desenvolver em sua ação docente um trabalho fundamentado na teoria e prática.

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Eduardo Alves Santos

caponacional@ig.com.br

 

Educação: transformação ou reprodução social?

O presente trabalho pretende contribuir para uma interpretação relevante, procurando identificar uma perspectiva crítica, tanto dos fatores condicionantes da educação, quanto às modificações geradas por eles na estrutura da nossa sociedade. Neste texto apresentaremos somente as conclusões. Ao iniciarmos o estudo do tema: sociedade-educação: as influências dos valores ideológicos capitalistas na escola e na educação, despertou a nossa atenção o fato de que a educação vem passando por um processo de valorização constante, sendo considerado fator relevante do desenvolvimento e do fortalecimento do modelo econômico e político brasileiro, assim como do modo de produção capitalista em geral. A pesquisa bibliográfica feita para obter um quadro de referência adequado para a análise histórica e empírica do nosso tema, revelou que, também no campo conceitual, a educação foi adquirindo um status cada vez mais importante na explicação da dinâmica da produção e reprodução das relações sociais em uma sociedade capitalista. Se Durkheim havia identificado somente a sua função de reprodução da cultura (ou ideologia), Marx reduziu “a função da educação à de reprodução da força de traba-lho”.

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Fátima Aparecida Silva

fasilva2001@yahoo.com.br

 

Escola, Movimento Negro e Memória: o 13 de maio em Sorocaba - 1930

Os noticiários da imprensa escrita e televisiva exibem, diariamen-te, as mazelas causadas à maioria da população, em virtude da má distri-buição de renda em nosso país. Essa situação socioeconômica que exclui uma parcela significativa de brasileiros, do acesso ao básico, pela falta de investimentos em áreas vitais como educação e saúde, é uma realidade que se estabelece enquanto essência do sistema capitalista, no qual se privilegia a produção em detrimento do ser humano. O trabalho busca compreender o processo de produção da me-mória da sociedade civil representado pela Frente Negra Brasileira de Sorocaba, adotando como referência os depoimentos da Sra. Ondina Seabra: negra, professora e militante do movimento Frente Negra de Soro-caba, em relação ao 13 de maio, na década de 30 do século XX, em Soro-caba, como referente para a pesquisa: Escola, Movimento Negro e Memó-ria; O 13 de maio em Sorocaba 1930. Buscamos discernir o processo ideo-lógico da apropriação da memória da abolição dos escravos no Brasil, e como este processo interfere na comemoração do 13 de maio.

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Gislene Sales da Silva

gsales@uol.com.br

 

A educação sexual no cotidiano escolar

O panorama mundial apresentou nos últimos 20 anos grandes avanços tecnológicos em comunicação, transmissão de dados e informa-ções. A Genética, a Biologia Molecular e a Medicina associada a estas inovações crescem como campo de trabalho e investigação. As relações de poder político e econômico, assim como o número de habitantes no planeta, mudaram por completo a sociedade contemporânea. A industrialização maciça, a mecanização, o desenvolvimento de tecnologias limpas, os grandes conglomerados financeiros, o poderio americano sobre os países do Oriente Médio e uma série de outras con-seqüências oriundas do processo de sociabilização e conquista de poder humano poderiam ser citadas. No Brasil, a década de 80 é um marco para o processo de democratização do país, que, apesar de estar em plena ascensão de desenvolvimento demonstra um grande número de desigualdades sociais. A retomada de um processo de crescimento e o conseqüente ingresso no mercado mundial competitivo tem como conse-qüências uma mudança social. Sendo assim, a educação é o foco desse trabalho de desenvolvimento de um novo país, democrático e repleto de oportunidades.

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José Cândido Mendes

jocades@yahoo.com.br

 

Leitura da palavra escrita: caminhos e descaminhos

O foco de discussão deste texto não está em avaliar o grau de importância da leitura para os alunos de todas as escolas ou para todos nós. Esse assunto já foi base de dissertação de Mestrado para muita gente e, quiçá, até de tese de Doutorado. Também a discussão não está em avaliar as escolas – principalmente as públicas –, se elas possuem ou não biblioteca escolar e qual a qualidade de seu acervo. Tudo isso parece-nos muito importante e são muitas as fontes de pesquisa a esse respeito. Tam-bém não questionamos a quantidade dos investimentos nos acervos das bibliotecas escolares e nos programas de leitura. Preocupa-nos, sobrema-neira, as constantes divulgações nos vários meios de comunicação dos insucessos e, por que não, dos fracassos, principalmente dos alunos das escolas públicas nos vários instrumentos de avaliação externa de toda a nação brasileira, haja vista os últimos resultados do ENEM/2005 no Estado de São Paulo e em todo o Brasil. Esse exame nacional do Ensino Médio tem suas questões voltadas para a competência leitora de múltiplas situações-problema. Por tudo isso, trazemos para reflexão a qualidade desses inves-timentos e a eficácia de suas prioridades, notadamente naquilo que se refere aos investimentos no possível principal material humano responsá-vel pela implementação dos programas de leitura nas escolas – que é o bibliotecário escolar.

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Maria da Glória e Souza

mdagloriasouza@terra.com.br

 

Responsabilidade da mulher como educadora

Os espaços formais de educação (as chamadas entidades edu-cacionais, escolas) existem para repasse dos conhecimentos específicos e instrucionais que as políticas públicas de uma nação constituíram para um determinado tempo, fim e formação da cidadania demonstradas nas atitudes sociais e afetivas que continuam sendo cobradas do lar. A relevância social da mulher por desempenhar simultaneamente papéis diferenciados e manter sempre em primazia o de mãe a torna excepcional embora nunca assuma esse valor e muitas vezes sem perce-ber a exata noção da importância dessa capacidade.

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Maria Cecília da Rocha Oliveira

mariac.oliveira@uniso.br

 

Tecnologias educacionais: o que muda em sala de aula

O progresso cada vez mais amplo e contínuo do conhecimento técnico-científico, a inflação de imagens e suas representações e o mono-pólio das informações disponíveis na mídia têm influenciado diversas a-ções da sociedade atual. Nela, o indivíduo, com novas habilidades, sofre a influência das constantes transformações sociais, econômicas e políticas o que acelera mudanças significativas nas diversas instâncias de seu cotidi-ano. Uma delas, a educação, também passa por um processo de transi-ção de paradigma. Afinal, nos últimos 50 anos, os avanços e as descober-tas científicas superaram todo o saber acumulado até então pela humani-dade. Mesmo assim, os mitos, as contradições e os medos sobre a utiliza-ção das tecnologias nas mais diversas áreas, inclusive na educação, ainda causam constrangimentos, incomodando a postura de professores que percebem, na sociedade virtual e interconectada, a alteração nas formas de se ter contato com o conhecimento.

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Maria Ester de Melo Baptista

mariaester_bap@hotmail.com

 

Esperanto: educação transnacional

Quando você fizer contato com pessoas de outros países, com certeza vai se confrontar com o problema do idioma. Qual idioma usar? O seu ou o da outra pessoa? É preciso ter consideração e respeito para com o outro e seu idi-oma; você teve que aprender o dele, ele não teve que fazer nenhum esfor-ço para se fazer entender, e você investiu seu tempo, por vezes muito longo, nesse aprendizado. E a consideração e o respeito para com você e seu próprio idioma? Onde há colaboração internacional, há trabalho em conjunto mas, o que acontece quando só uma das partes caminha em direção à outra? O problema pode ser resolvido de maneira admiravelmente sim-ples pela língua internacional Esperanto, já que ela é de fácil aprendizado, traz rápidos resultados com relação à independência e fluência do apren-diz, e deixa todos em condições de igualdade, pois nenhuma das partes a conhecia antes e todos terão que se esforçar para aprendê-la.

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Maria Helena Grohman Rodrigues de Paula

mhgrp@uol.com.br

 

Educação para o pensar: novo projeto filosófico educacional

As transformações nos diferentes campos de nossas vidas ocor-rem de modo cada vez mais acelerado nos dias atuais, devido à velocida-de das comunicações e da troca de informações, possibilitadas pelo pro-gresso tecnológico. As redes de telecomunicações, a mídia impressa e eletrônica contribuem para profundas mudanças sociais, políticas, ambien-tais e econômicas, o que exige que sejamos cada vez melhor informados, ativos, participativos e responsáveis. Fazer uma reflexão e compreender este processo de mudança tornou-se fundamental para que possamos participar do mundo e da sociedade, de maneira crítica e criativa, assu-mindo a cidadania global como sujeitos históricos e responsáveis. Um análise do quadro educacional nos mostra que crianças e jo-vens não têm conseguido apresentar um desempenho escolar satisfatório. Essa deficiência indica a existência de outra, anterior e mais básica – a falta de desenvolvimento das habilidades cognitivas, pré-requisito do “pensar bem” e, portanto, as bases de qualquer aprendizagem, pois pensar é algo que se aprende.

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Marilda Aparecida Corrêa

maricorrea39@yahoo.com.br

 

Rosângela Cecília da Silva Alves

roalves@rotarysorocabacentenario.org

 

A contribuição do ensino infantil em Sorocaba

A cidade de Sorocaba foi uma das pioneiras na formação do En-sino pré-escolar que, na década de 1970, viu o substancial investimento de cerca de 80% da arrecadação municipal ser a ele destinada. Dentre os grandes colaboradores, merecem destaque: a Profa. Maria de Lourdes Del Cistia (D. Íris), que impulsionou a pré-escola; também o grande apoio do Prof. Marins, ao aplicar a linha pedagógica desenvolvi-da por Maria Montessore. Quanto às professoras, ao obterem aprovação em concursos públicos, sofriam avaliação da equipe de orientadores de Educação de São Paulo. Como resultado, já nesta época, o desempenho de educadores e educandos de Sorocaba fez com que a cidade se destacasse na educação infantil dentro do Estado de São Paulo, de tal forma que para Sorocaba, vinham universitários da USP e PUC, a fim de buscar informações e desen-volver pesquisas nos Parques Infantis, CERI's (Centros Educação e Recrea-ção Infantil), EMEI's (Escola Municipal de Educação Infantil), CECOP's e PEM-SO's; isto porque grandes avanços científicos, aliados a significativas mu-danças políticas, trouxeram modificações ao ensino, favorecendo e benefi-ciando várias crianças e famílias.

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Mary Dantas Agostinelli

marydantas@globo.com

 

Educação: infância roubada

Toda criança tem que ter direito à Educação, está na nossa Cons-tituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente. É muito bonito no papel porque na prática é quase impossível. Todos nós sabemos que tudo em nossa vida se resume na Edu-cação, mas as crianças que vemos nas ruas pedindo esmolas, cheirando cola e assaltando são frutos da falta de Educação dos pais, que geram prole de muitos filhos sem condições financeiras para uma boa Educação. Mesmo que esta oportunidade exista estes pais as exploram com traba-lhos forçados para ganhar através delas o seu sustento. É no seio da família que a criança recebe os primeiros contatos com a Educação, é com esta família que ela faz as suas primeiras imagens do certo e do errado, do bom e do ruim, do amor e do ódio, é nela que a criança começa a saber o que é respeito e a ser cidadão.

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Rodrigo Barchi

rbarchicore@uol.com.br

 

As intervenções satânicas

O diabo é aquele que escolheu exercer sua liberdade, sua auto-nomia, sua independência, e optou pelo livre arbítrio contra a submissão aos imperativos divinos. Para Michel Onfray, a associação da esquerda libertária ao de-moníaco tem fundamento, devido ao seu espírito de revolta e desobediên-cia. Ele vai lembrar da etimologia do nome Lúcifer, o portador de luz, que vai iluminar os infernos sociais daqueles para os quais as luzes são raras ou inexistentes: os excluídos, os despojados, os explorados, os miseráveis, os pobres, os malditos, os escravos, os obscurecidos de uma máquina que produz riquezas e bens em quantidade monstruosa repartidos apenas entre alguns. Daqueles que para Bauman, se tornaram “lixo humano”, de um sistema capitalista que não sabe mais o que fazer com eles.

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Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho

rlpcarvalho@yahoo.com.br

 

Theodor W. Adorno e a educação: algumas considerações intempestivas

Theodor Adorno foi sem dúvida um dos pensadores mais influen-tes no âmbito do chamado marxismo Ocidental; sua obra esteve direta-mente relacionada ao Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt. Ali, junta-mente com Max Horkheimer, elabora as bases de uma teoria crítica para o exame da sociedade capitalista. Em 1947, Adorno e Horkheimer lançam o livro Dialética do Esclarecimento, fruto mais representativo das reflexões que ambos vinham desenvolvendo desde a década de 1930. A partir de então, a fortuna crítica a respeito, não apenas dos textos de Adorno, mas de outros membros do Instituto de Pesquisa Social, não tem parado de crescer. Porém, algumas dessas análises, por vezes contundentes, tem procurado contestar vários pontos da obra adorniana. Perry Anderson, por exemplo, vê o percurso intelectual de Adorno, em grande medida, como uma síntese do que para ele são os aspectos problemáticos do marxismo Ocidental. Como sejam, a cisão entre a teoria socialista e a classe traba-lhadora e o isolamento nas universidades; nesse contexto, os trabalhos passam a se pautar pelos problemas epistemológicos do marxismo, as análises sobre arte e estética e a busca de novos temas, tudo isso levado a efeito numa linguagem cada vez mais hermética. Isso para Anderson significa: “o método como impotência, a arte como consolo e o pessimismo como quietude”.

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Sonia Chébel Mercado Sparti / Heloisa Szymanski

chebel@splicenet.com.br

 

Educação para o trânsito na universidade

Em passado não muito distante (nos anos cinqüenta do século XX), as questões relativas ao trânsito eram do âmbito quase exclusivo da polícia e do policial, o então chamado guarda de trânsito. O automóvel ainda não tinha se transformado no objeto do desejo e no sonho de con-sumo, como atualmente. Era visto como um meio de locomoção, dentre outros, como bondes, trens, charretes, bicicletas, ou mesmo, sapatos. Para Hartmut Günther, o sapato foi o primeiro veículo, pois permitia, a quem o possuísse, andar mais rápido, enquanto aqueles que não dispunham desse equipamento, eram obrigados a caminhar mais devagar, para não machucar os pés. Ao longo desses pouco mais de cinqüenta anos, várias transfor-mações ocorreram, dentre as quais: a) atribuição do valor simbólico ao automóvel, agora considerado sinônimo de status, poder, prestígio, suces-so, conquista, respeito, independência, felicidade enfim; b) planejamento urbano priorizando o automóvel, em lugar do pedestre, através da cons-trução de ruas e avenidas cada vez mais largas, e de calçadas cada vez mais estreitas, irregulares e mal conservadas, em grande parte das vezes; c) veículos automotores mais velozes e rodovias com limites de velocidade mais elevados.

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Sônia Piaya Marinho Munhos

soniapiaya@hotmail.com

 

A afetividade no desenvolvimento global da criança

Este texto trata de um trabalho de pesquisa realizado por mim quando trabalhava como Diretora de Escola de Educação Infantil, da rede pública municipal, numa cidade do interior de São Paulo, especificamente no período de 1992 a 1996. Atuante, dei-me conta da dificuldade das pro-fessoras em transitar, com alguma experiência, por questões relativas à afetividade da criança, na faixa dos 4 aos 6 anos de idade, clientela aten-dida pela escola. Tal dificuldade expressava-se por queixas freqüentes, relativas ao comportamento das crianças que manifestavam agressivida-de, birra, timidez, inquietude, etc. Era notável, por parte dos professores, uma preocupação exage-rada com o desenvolvimento cognitivo da criança, o que se percebia pela exacerbação de atividades gráficas de escrita, realizadas no papel, exigin-do da criança muito tempo em sala de aula, sentada e ocupada com exercícios individuais.

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Sônia Sueli Berti-Santos

soniasul@uol.com.br

 

Educação infantil: o desenho e a aquisição da escrita

Uma das manifestações culturais do homem é a linguagem. Como intervenção cultural, o homem transforma a linguagem verbal oral em escrita: um sistema de códigos arbitrariamente criados, a partir da codificação dos sons – as letras. A codificação das letras aceita por uma sociedade, (mas não só isso) gera a noção de língua. Temos, assim, a possibilidade de registrar de modo mais dura-douro e complexo os fatos, acontecimentos, descobertas de um povo. Nessa relação entre linguagem oral e escrita, temos a entrada das crianças no mundo da escrita. Num primeiro momento, a criança fala, gesticula, chora, depois que desenvolve melhor sua capacidade psicomo-tora, passa a fazer rabiscos desordenados, a representar formas básicas, em seguida garatujas e posteriormente interioriza a escrita. Escrever, nessa fase, ainda é uma forma de desenhar. Desenhar símbolos que se unem, formando as palavras. O desenho assume um importante valor cognitivo à medida que possibilita o desenvolvimento da imaginação, da capacidade de criar, de ler e reler o mundo, pois, das imagens surge a escrita. Os desenhos dos signos evoluem para a escrita ideológica e desta para a escrita fonética e em seguida para alfabética.

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Suzana Margot Brunhara Munhoz

suzana@suzanabrunhara.com.br

 

Musicoterapia na escola, um auxílio para a educação

A música tem uma relação muito próxima com o homem, assim como o vasto campo sonoro que o cerca. É uma linguagem simples, mas cheia de elementos que podem trazer à tona sentimentos e emoções dos mais variados, expressando-se de forma sutil, e por vezes, lúdica. A Musicoterapia, envolvendo toda essa gama de sons, aliados a movimentos, vai abrir canais para que um processo terapêutico comece aparecer. O valor terapêutico da música reside na sua capacidade de sen-sibilizar o ser humano tanto em seu aspecto físico como psíquico; devido aos elementos da música e a complexidade sonora que nos cerca. Na nossa sociedade cheia de problemas e conflitos acaba refle-tindo nas pessoas e, principalmente as crianças são bastante afetadas, fazendo com que elas desde pequenas passem por conflitos, angústias e medos, podendo comprometer o físico e o emocional causando reações sintomáticas.

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Valdete La Rosa Luques Pássaro

valdete@jacuzzi.com.br

 

O Caos - relevância para o ensino de administração

As organizações onde as pessoas concentram suas vidas diari-amente são de fato complexas. Não apenas camadas e camadas de subgrupos interagem dentro das organizações educacionais, mas essas mesmas organizações também interagem com inúmeras organizações que compõem toda a sociedade. Essa interação contínua em todos os níveis das organizações educacionais faz parte de uma enorme rede que encontra-se em fusão. O gestores educacionais precisam de uma ferra-menta teórica para descrever essa eterna evolução, ver se são capazes de compreender as mesmas e se são capazes de liderar pessoas. A ligação entre a complexidade parece ser particularmente promissora a fim de entender os vários cenários que podem resultar das variáveis em evolução presentes nas organizações educacionais. Embora a teoria do caos, seja mais descritiva do que probabilística, entender que se torna relevante englobá-la no ensino de administração e saber como as organizações no mundo contemporâneo podem evoluir através dessa teoria, pode facilitar os papéis dos educadores da administração e o gerenciamento das orga-nizações. No entendimento de Terence (1999), os desenvolvimentos ocorri-dos dentro da ciência do caos mudaram o significado da palavra “caos”. Anteriormente, o caos era visto como um rompimento no processo de mudança e algo a ser evitado. Recentemente os cientistas físicos, cientistas sociais, tiveram que entender que a fase caótica do processo de mudança é uma fase necessária da desordem intencional, através da qual um sis-tema de organização deve evoluir se for para transformá-lo dentro de uma nova ordem.

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Vidal Dias da Mota Junior

vidal.mota@uol.com.br

 

Educação ambiental e sustentabilidade

A nação brasileira é marcada pela implementação de sucessivos ciclos de desenvolvimento, principalmente, os econômicos, que têm sido, em considerável parte, exemplos de degradação sócio-ambiental. Pelo menos, desde a metade da década de 1970, o processo de degradação ficou mais evidente pela consolidação do modelo urbano- industrial e concentrador de renda. A omissão do Estado e uma sociedade civil com pouca tradição em organizações coletivas, devidas, principalmen-te, à cultura autoritária, predominante no Brasil, contribuíram para o agra-vamento da perda da qualidade de vida no país. Ao se verificar, mais de perto, tomando como exemplo o município de Sorocaba, no interior do Estado de São Paulo, constata-se uma série de problemas sócio-ambien-tais que vão desde a questão dos resíduos sólidos, da poluição atmosféri-ca, da contaminação dos mananciais, das enchentes, da arborização urbana, da coleta seletiva e da exclusão social. Esses problemas, não são exclusivos de Sorocaba, mas representativos daquilo que é enfrentado pela maioria das cidades brasileiras.

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Zélia Maria Falcato de Almeida

solidario.efisico@terra.com.br

 

Maria Montessori - Donna Nuova

Chamar-se Maria considero um privilégio de poucas. As Marias, parece-me, nascem predestinadas a “algo”... Maria, mãe do Mestre Maior; e outras tantas Marias. Apenas no século XX, devemos tanto a tantas Marias nascidas fora do seu tempo – idealistas – que jamais seriam “Maria vai com as outras” com personalidades fortes, sem medo de mudanças, com lutas e crenças aliadas a persistência, as imortalizaram Maria Éster Bueno, Maria Callas, Marie Curie, Maria Bonita, Mary Pickford, Marie Sto-pes, Maria Montessori – sinônimo de EDUCAÇÃO. A elaboração deste texto não está embasado só na bibliografia que apresento, mas em tudo aquilo que vivi e que me encantou trabalhan-do com o método montessoriano. Sorocaba não ficou imune a este vírus que contaminou a tantos – a nossa Pré-Escola Municipal adotou-o até o momento em que a alucinante pergunta começou a ser feita: “Alfabetizar ou não as crianças com seis anos?” Mais uma revolução nascia no meio educacional, causada pela evolução do questionamento de todos os en-volvidos no processo de bem educar. Neste século XXI há pouco iniciado, os estudiosos educadores continuam pesquisando, buscando o melhor caminho para que a criança possa caminhar firme e se torne forte, mais e mais perfeita, tanto na mente quanto no corpo.

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Zilá Aparecida Peigo de Moura e Silva

zilahmoura@uol.com.br

 

Educação e tecnologia: o homem ciborg do século XXI e as novas representações do mundo

A tecnologia vem se constituindo como um recurso de extensão das possibilidades humanas desde os primórdios da humanidade. Esten-dendo ou ampliando as possibilidades de seu próprio corpo, o homem conseguia, com ela, facilitar o trabalho e melhorar a qualidade de sua vida. As diversas teorias que explicam nossas origens mostram os vários caminhos que esse homem percorreu até chegar à elaboração de sua capacidade de comunicação verbal e criando, aos poucos, as formas diferenciadas de comunicação. Provavelmente, esta capacidade de se comunicar abriu espaço para um tipo de processo de comunicação que se pode chamar de educação. Segundo Leroi-Gourhan, esse foi um complexo e demorado pro-cesso de mudanças que levou o ser humano a ter as características e condições que hoje apresenta. Embora tenha nascido na dependência do ambiente geológico em que vivia, em cada momento de sua historia o homem estabeleceu relações com ele, utilizando sua extraordinária capa-cidade de adaptação. Ainda que, em algum momento lhe faltasse a condi-ção morfológica necessária ele conseguia sempre, de uma forma ou de outra, dominar os ambientes que ocupava.

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